atelofobia


‘de grão em grão a galinha enche o papo’, de grão em grão a galinha enche o papo? Acho que é difícil, viu? Hoje temos que ser ais espertos do que nunca, sair na frente, carregar o que podemos levar e mais um pouco, na verdade, mais um monte. É assim em todos os campos de atuação e principalmente na arte. Nesse mundo, temos que ser os mais espertos e também os mais perfeitos, perfeitamente relaxados, perfeitamente bagunçados e desorganizados, até a imperfeição tem que ser perfeita, caso contrário, vai ser só um grãozinho para a nossa galinha e olhe lá.

outro dia, meu filho fez uma pergunta curiosa, não me lembro bem as palavras, não ando com tempo para lembrar de amenidades, na verdade, nem lembro qual era a pergunta, mas era muito intrigante, algo bem aquém da idade dele. Quantos anos ele tem? Quem? Você tá louco, eu nem tenho filho.
Venho de uma família tradicional, tradicionalmente retardada. Todos querem levar vantagem e aos domingos, almoço na casa da nona e olha que eu nem sou italiano para chamar minha avó assim. Mas é tradição, desde que apareceu no cinema que avó (daquelas bem matriarcas) era nona, minha família – super original – adotou a alcunha. Sei lá por que cargas d’água, mas temos almoço na casa da veia amanhã e deixa eu tentar adivinhar o cardápio, bem, vamos lá... macarronada. ó que surpresa!

verborragia, sempre adorei essa palavra. Dá impressão de ser uma palavra gorda, bem gordona mesmo, um tanto quanto verborrágica. Outra que gosto muito de usar é demagogia, gosto mais de escutar, principalmente daqueles que a usa em seus discursos, batem no peito e se dizem não demagogos. Esses são os piores, normalmente políticos.

por falar em política, aprendi com a minha vó um dos ditados mais incríveis que a língua portuguesa já produziu. Ele resume direitinho essa palhaçada toda que rola com nossos governantes, principalmente os que vieram de baixo e, depois de eleitos, tiveram que aumentar o número da cueca. Ah, o ditado é: ‘quem nunca comeu melado, quando come se lambusa’. Abobrinhas do meu Brasil que o digam...

qual a ligação disso tudo com o título? Sei lá eu, só sei que foi assim... Suassunamente imbecil e sem qaulidade, jamais seria considerado literatura, se bem que eu não dou a mínima. Perfeitinho e complicado, imperfeito e rebuscado, quase um rococó bem cocozinho mesmo, para não escrever outra palavra. Ah e sem ter preocupação nenhuma com a real função das palavras, seus significados e o que mais que seja. Só sei que tudo isso saiu daqui e vai direto para a lixeira. Sem chance de ser publicado. Santa atelofobia que me proteja. 

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