é você, poxa!


e a blusa não é importante, foi só uma pressão apelativa (se é pressão, é apelativa, né José)... queria que fosse diferente, queria você aqui comigo, sem apelos, sem desenhos. Só você, sem perfume, sem roupas.

sei que sou um pé no saco, que fico entediado e consigo desconstruir tudo ao meu redor, sei que não mereço uma vida tão branca assim, mas sei que tenho muitas cores aqui comigo, só não sei pintar.

então, venha me ensinar. Venha mostrar como usar uma aquarela, como combinar, quem sabe, branco e vermelho, dizem que isso é paixão, não é? Bem, não sei como se faz, mas quero aprender e quero que você seja minha mestra.

então, esqueça da blusa, esqueça da vida, esqueça de tudo e venha, pois estou pronto para ser um novo eu, um novo José junto aos vários joões que andam por ai, sem eira nem beira, sem rumo...

me dê meu rumo, faça em mim sua tela e vamos brincar de aquarela – olha que lindo, to fazendo até rima. Mas quero realmente botar vida na minha vida e pra isso, dependo de você.

Afaga meu afeto,
Destrói meu concreto, constrói...
Faz o inesperado, momento mágico,
Faz-me (re)acreditar!

Toca a alma,
Bagunça o novelo, tece...
Transforma em sonhos,
Revida vida!



areias


caminhar na areia branca,
calar-me, sentir as ondas tocar os pés,
sorrir, ver Deus,
sentir as ondas tocar os pés!

fugir daqui, buscar a paz,
tentar sorrir, sem lembrar do mais,
ser feliz, sonhar, voar
lembrar o dia, olhar pra traz...

chorar por ver, não ser capaz,
fugir do mundo, tentar voltar,
estar aqui,  querer fingir,
sorrir, mentir, cair, sumir.

rasgar o peito, tocar o ar,
sentir as nuvens, sentir cortar,
dormir dos outros, não mais olhar,
querer a ti, não ter em mim!