Mais uma vez incompreendido,
Fui tratado feito bandido.
Desse mundo fui banido,
Nesse sonho, escondido.
Fui bandido, incompreendido,
Escondido, estou banido.
Fui banido, sou bandido.
Incompreendido, escondido.
Depois de tanta justiça, 
Resolvi,
Virei mendigo.

Poxão

é de dia, acordo feliz,
lua se foi, ano que vem
saudades de tudo, mesmo do nada
vontade de bolo de chocolate...
tua boca, dentes rindo,
teu sabor, ranger, sorrir...
vida de araque,
riria Balzac,
ilhas iludidas,
sonhando continentes.
filhos da luz,
fluorescentes, se apagam,
noites escuras,
brilham luas,
sem almas próprias.

exércitos de milhões,
não valem um só,
gigante deitado,
é simples, um pó.

mar agitado,
em busca de paz!
Por ser bacana,
ficou pesado.
O peso é ouro.
O peso é caro.
O peso é osso,
Seu grande otário.
Por ser banana,
ficou pesado
excessos,
trajetos ignorados,
retrocessos,
dispersos em névoas de acasos,
vontades iludidas,
dores consumidas,
simples vontade de não ser.
preciso de poesia para colar em minha pele,
sonho com um lugar antigo,
fico confuso...

preciso de fé para montar o dragão,
desejo aquela foto rasgada,
tenho medo...

tenho águas aos meus pés,
busco uma ilha esquecida,
creio até...
No final do ponto,
A vida aponta.
A morte vem na ponta,
Por traz da vida pronta.

Começa onde termina,

Vem pro lado que vai,
Sai de cima, entra embaixo.
Vida e morte, um grande abraço!
nada, nada para fazer
muito a resolver.
tanto para pensar,
falta ânimo para olhar.

vontade até de acreditar,
medo de me aproximar.
sangue circula devagar,
vida teima em continuar...

Dia de todo dia

Na mudança de linha,
Passa boi, passa boiada.
Todo mundo enfileirado,
Nessa marcha organizada.

O relógio nunca para,
Toda gente atrasada. 
Fecha a cara logo cedo,
Essa massa apressada.

Um desejo vem à tona,
Um momento de lucidez.
A cena congelada,
Tudo para de uma vez.

Instante para pensar,
Vida para, consciência não.
Se um botão, eu apertar,
E pausar essa multidão.

Lembrar que o sorriso existe,
Sem precisar se explicar,
Sorrir por sorrir,
Simples fato a se pensar.

E o botão é liberado,
E essa gente continua.
Mas agora, bem mais leve,
Lembrando também, que a vida é sua.
dia louco para um domingo de marasmo,
entregue a pensamentos,
guiado por desilusões.
Triste por estar feliz,
rindo por desespero.
tento encontrar o ar,
afogo-me.
tantas coisas já vividas,
e eu ainda nem acordei.